quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Voltamos, agora velejando em outros mares!

Voltamos!!! Depois de um longo tempo em que muitas coisas aconteceram, coisas incríveis que vou compartilhando aos poucos.

Primeiro e mais importante, continuamos velejando, só que agora no mar verde turquesa chamado Golfo Arábico ou Golfo Pérsico e seja o nome que for, é simplesmente um lugar lindo.

Four Seasons Luxury Marina
"Vocês não estavam velejando na Guarapiranga em SP? O que estão fazendo ai do outro lado do mundo???" Estamos em Doha, capital do Qatar, uma península no Oriente Médio banhada por esse lindo mar. Aqui o vento é forte e a velejada é sempre boa apesar do calor no verão e da chuva e frio no inverno (sim, no inverno chove!).

Dhow, barco típico do Qatar, usado para coletar pérolas
Em agosto de 2016 sai do Brasil depois de circunstâncias difíceis: violência, falta de perspectivas no trabalho, pouco dinheiro.... tudo que o brasileiro já sabe como é de trás pra frente. Assim, durante alguns meses eu fiquei muito envolvido com o novo trabalho já em Doha e foi difícil navegar, mas a vela é impossível de deixar e então sempre estive em busca de colocar o pé na água e a cara no vento.

A primeira velejada aconteceu 3 meses depois que cheguei, já em Novembro de 2016, num antigo Catalina 22. Barco americano bem conhecido por ter muitas unidades e ser muito divertido. Pois bem, naquele momento eu estava com quase uma necessidade vital de comprar algo que flutuasse e tivesse velas, então cheguei muito perto de fazer um negócio de parceria nesse barquinho mas me desencorajei. Ele é filho único e órfão, sem nome, data de fabricação ou qualquer registro. O proprietário é uma pessoa bacana mas com pouco conhecimento e logo que entrei vi muitos problemas que custariam caro para se arrumar por aqui. Foi uma aventura sair com ele algumas vezes mas decidi encerrar a busca por um barco e optei por alugar, participar de aulas e fazer parte do clube de vela local, mas isso conto depois.

A mudança de trabalho foi enorme e agora piloto um avião que vai para todos os cantos do mundo e como os voos são longos, entre 12h e 16:30h, as folgas são sempre compridas me permitindo ter tempo livre para velejar semanalmente.

O fato de trabalhar voando por aí facilita a vida de velejador e como vôo para aos quatro cantos do mundo sempre acabo numa loja de vela e confesso, acabo comprando coisas que não preciso... o maior exemplo foi uma churrasqueira que tive o maior trabalha para levar  de Los Angeles para Doha e depois para São Paulo, foi a churrasqueira que mais voou no mundo, ela sozinha tem umas 32h de voo! E não foi só isso, comprei cabos, coletes, luvas, etc... acho que só falta um barco! Bom, pelo menos o churrasco ficou ótimo!









Numa dessas viagens eu fui parar na Nova Zelândia, um lugar maravilhoso para quem tem vela no sangue. Aqui você encontra de tudo: museu, marinas, velejadores, lojas.... Você já pensou em velejar um barco da Americas Cup? Eu nunca pensei, mas olhe a foto ali embaixo, SIM!!! Em Auckland isso é possível e por um preço super acessível, foi uma experiência que nunca vou esquecer, me senti um velejador de verdade! Esse se tornou um dos meus destinos prediletos apesar de ser um pouquinho longe, Doha-Auckland é o voo comercial mais longo do mundo com quase 17 horas.

Explorer, Auckland/NZ
Mas e o Grande Baiu? Bom, a parte mais triste de deixar o Brasil foi deixar meu pequeno Tchê/Delta 17 para trás. Com 33 anos, muita história passou por baixo do seu casco e a minha felicidade com ele era tanta que passei dias angustiado com a idéia de vende-lo. Tinha uma sensação de que seria abandonado em um cantinho de algum clube ou marina por aí e deterioraria até chegar a um triste fim, foi quando a Mari teve uma idéia: que tal oferecer para um amigo que soubesse aproveitar suas qualidades???  Foi o que fiz e deu certo, ele continua no SPYC e navegando pela Guarapiranga, sendo assim a casinha de uma nova família. Que alegria é saber que ele está tão bem! Ahh e quando vou aos EUA sempre compro um agrado para o Grande Baiú, ele merece. Não sei se um dia vou curar a saudades que tenho mas garanto que ele ficou em boas mãos.

Velejando em SP/Guarapiranga
Brasil, Grande Baiú






















Bons ventos a todos, vou preparar mais uns textos e contar como é velejar pelo Qatar e por onde eu estiver!

quinta-feira, 17 de março de 2016

Regata noturna Wednesday Night Races - YCSA, nossa primeira!

Regata noturna, em São Paulo? Ahhhh conta outra, só pode ser mentira! Mas não é!

Chamada da regata. Crédito YCSA
O YCSA (Yacht Club Santo Amaro) realiza uma regata a noite na Guarapiranga, essa regata é muito tradicional e divertida! As facilidades são muitas: tem barco precisando de tripulante e tripulante precisando de barco, você não paga nada, pode deixar o barco de quarta até sábado de manhã no YCSA se for de outro clube e ainda um happy hour logo após... bem, vendo todas essas vantagens, decidi que havia chegado a hora, iríamos participar!

Toda regata requer uma preparação: primeiro vamos montando a tripulação e a minha foi composta rapidinho pela Mari e uma nova amiga a Miriam (salve Peter sempre me apresentando gente do bem). Depois, segundo passo, fazer a inscrição e, até nisso, eles são bons, fiz tudo por WhatsApp, fácil né? Bom, tudo marcado, agora era acertar a minha agenda com a da tripulação. Eu chegaria em Congonhas às 16:50h, pegaria a Mari por volta de 17h no trabalho e depois direto para o SPYC. A Miriam mora ali pertinho e já iria preparando o barco para a nossa chegada e... não é que deu certinho! A largada era às 18:30h (ok, demorou um pouco mais que isso) e nós estávamos com o barco na raia exatamente no horário! Pessoal engajado nesse Grande Baiú!

A Mari tirou a foto e não apareceu!!!
Arrumar o barco: esse é o terceiro passo e não tão fácil. Como eu nunca havia velejado regata na noite da represa e minha experiência se resumia a alguns pernoites, uma velejada na madrugada e uma saída para pesca, não sabia direito o que esperar, dessa forma, escolhemos uma G1 que fica ali no meio termo. Arrumamos a casa, tirei o motor (que está quebrado depois de uma encalhada) e fomos para a água, no começo sofremos para sair do canal do SPYC pois o vento estava rondando muito, mas assim que saímos entramos num sudeste delicioso.

Escurinho na largada

A regata é interessante, a largada já acontece no escuro, umas 19h, a lancha do YCSA fica toda iluminada e 2 bóias com luzes piscantes no topo, bem difícil de se enxergar de longe, o que dá mais emoção, fica um perguntando pro outro: "Você está vendo a bóia?" "Não", "Sim", "Sei lá".... hahahaha! O interessante foi que a tripulação estava animada então fomos navegando quase passeando e batendo papo! Durante o percurso recebíamos informações muito relevantes... sobre POLÍTICA! Isso arrancou risos de todos pois era uma vibração total com cada evento que acontecia lá em Brasília! Corremos a regata toda de ouvido na notícia e de olho nos outros barcos... quando chegamos no final da primeira, ficamos sabendo que haveria outra e lá fomos nós! Segunda regata saímos bem, montamos uma boa estratégia na segunda perna, mas no final o vento não ajudou... sem contar que fizemos uma lambança na passagem da bóia, mas isso é segredo e não vamos contar para ninguém! Ops....

Cruzando com um barco (bem ali no fundo)
Eu ali no leme, a Mari no pau de spy e a Miriam de proeira, a equipe estava ótima e foi bem legal. Curtimos cada ventinho e o assunto correu solto... então não há nada melhor que isso, bom papo e boa regata!

Finalizamos fechando a raia, não tem problema pois não tínhamos qualquer esperança de fazer diferente, o negócio era conseguir uma boa dose de diversão e atingimos o objetivo... e ver o nosso Grande Baiú todo iluminadinho, cada luzinha funcionando perfeitamente também foi legal, afinal foi para velejar a noite que gastamos tantas horas de trabalho no barco! A chegada aconteceu por volta de umas 20:30h pois quando acabamos de desmontar o barco não eram nem 21:30h, ou seja, se você ficou em casa vendo TV nesse horário, perdeu a chance de se divertir muito!

A regata noturna é um item obrigatório a todos que velejam na represa, é um aprendizado e também uma saída da rotina bem no meio da semana, quem puder participe, eu recomendo! Com certeza estaremos em todas que pudermos!

A bóia está ali... onde???



segunda-feira, 14 de março de 2016

Regata de Abertura 2016 - mas cadê o vento???

Mais um ano começou aqui na represa e nada como começar com a Regata de Abertura 2016!!!



Esse ano a regata aconteceu no dia 21/02 com ás 13h. O organizador é sempre o nosso querido clube SPYC e como sempre com muitos barcos na água, inclusive o Grande Baiú!

Tripulação com garra!

Colocamos o nosso Tchê 17 bem cedo na água, não queríamos pegar o "trânsito" que se forma perto do horário da largada, que ocorre bem na frente do SPYC.

Com o barco pronto e tripulação a postos (eu e o meu amigo Philipe) fomos correr a linha, nesse caminho fomos cumprimentando todos os nosso amigos de outros clubes, falamos com o My Dream, com o Poita, Alegria, Jupiter, Neon e tantos outros barcos de todas as classes e clubes que fomos conhecendo aqui na represa. O dia não estava lá aquelas coisas, vento noroeste fraco, um sol meio quente... mas estávamos ali, firmes e fortes para a festa!



Um pouquinho antes da largada, estávamos logo atrás de um pelotão de barcos que faziam a linha conosco foi então que, a 10s de largar, todo mundo deu um bordo e veio de frente para nós, que desespero! Foi um tal de xingarem nosso querido Baíu que nem conto... mas fazer o quê também? Não dava para dar o bordo se não atropelava Deus e o mundo, mantivemos o rumo e confesso que usamos o nosso tamanho a nosso favor (xiii)!

Então, LARGADA, vamos que vamos... mas não vamos, opa, sem vento... o Philipe já ficou preocupado pois todos os barcos foram se amontoando sem sair do lugar ao que, infelizmente, vimos uma cena muito chata. Bem do nosso lado tinha um barco com uma família: pai timoneando, mãe e duas crianças de pouco mais de 10 anos como proeiros e tripulação, ao tentar subir o balão a vela se enrolou e o pai timoneiro começou a soltar o verbo, gritando e despejando toda sua raiva e frustração na mulher e nas duas crianças. Confesso que eu entendo que há competitividade, que ganhar ou estar na frente é bom, mas se o custo é o de diminuir a sua família e de trata-la de forma tão desrespeitosa, eu prefiro ficar para trás com um sorriso no rosto de cada um dos meus pequenos e da minha Mari, foi lamentável e estragou o começo do nosso passeio, senti vontade de voltar só para não compartilhar a raia com um sujeito daqueles, o Philipe ficou impressionado também, lamentável.

Batendo papo com um vizinho divertido!

Fizemos a bem a segunda bóia.


Bom, passado esse probleminha, lá fomos nós... Abrimos a genoa com o pau de spy, folgamos o back-stay, nossa mestra toda aberta e com a esteira folgada, tudo para tentar ter um pouco de velocidade. Nos posicionamos de forma a manter a vela o mais aberta possível mas... nada, não andávamos. Demoramos quase uma hora para andar uns pouco mais de 1nm. Vimos alguns barcos mais rápidos pela área oeste da represa, mas era tarde, estávamos no leste boiando e mudar a raia poderia significar ficar atrás de todos.

Decidimos que para fazer a primeira perna, precisaríamos do balão, e foi assim que ganhamos um pouco de velocidade, balão aberto, quase murcho, mas andando. Chegamos na primeira bóia e foi até emocionante, fizemos com alguns barcos bem próximos, em seguida, contornamos a segunda bóia e... mais vento fraco. De alguma forma, fomos encostando no pelotão do meio, chegamos perto dos outros barcos orçando, estava começando a melhorar.

Nosso "saco murcho". Crédito: SPYC


Cruzamos a terceira bóia com o Alegria, pouco atrás do pelotão do meio, então tomamos uma decisão errada, a de tentar o menor caminho. Em linha quase reta, ficamos a sotavento de um morro da Riviera e acabamos por ficar sem vento algum. Usamos o balão no través mas sem muito sucesso. O Alegria, que foi pelo meio do canal começou a passar por nós e finalmente, o vento mudou para sul. Entramos no popa mas sem muita chance de ultrapassa-lo pois ele tinha uma boa vantagem.

Bem na reta final, entra uma chuva, mas uma daquelas, molhada e fria. Fizemos a última perna todinha embaixo da água e chegamos. Foram mais de 4h de regata, exigiu muito de nós dois pois o vento fraco, para quem entende, não permite erros, exige de todos um esforço mental grande.

Tripulação molhada!


Bom, nossas decisões erradas:
1. largamos e não usamos "de cara" o balão, quem o fez, estava bem a frente
2. escolhemos o leste da represa, o oeste estava bem mais favorável
3. apertamos muito na orça entre a terceira e quarta bóia
4. escolhemos uma linha muito "reta" e ficamos a sotavento do morro

E nossas decisões certas:
1. levamos muita água!
2. escolhi um bom amigo tripulante que ajudou a passar o tempo
3. fizemos todas as bóias com preferência de passagem

Dados interessantes:
1. Primeira bóia (CCSP): 1h43min 3,11nm Vel. média: 1,82kt (3,3km/h) Vel. máx: 6,6kt
2. Segunda bóia (CCSP): 1h51min 4,61nm
3. Terceira bóia (YCP): 2h49min 6,83nm Vel. média: 2,30kt (4,1km/h) Vel. máx: 7kt
4. Chegada (SPYC): 3h41min 8,72nm Vel. média: 1,9kt (3,4km/h) Vel. máx: 6,2kt

Total percorrido: 8,72nm ou 15,7km, Vel. média: 2,35kt (4,23km/h) e Vel. máx: 7kt.

Veja no RaceQs: RaceQs - Grande Baiú

E que venha a regata de 2017 para colocarmos o nosso Grande Baiú na água de novo!

Veja o vídeo:



terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Quando perdemos um amigo

Demorei um pouco para escrever sobre isso....

Perdi um amigo, se foi o Markus Grünig que me ajudou tanto nesses últimos anos de vela.

Subindo na plataforma para tirar fotos!

O Markus, era o meu padrinho e dele eu guardava apenas lembranças da infância, de tê-lo visto algumas vezes quando ainda era pequeno, com menos de 10 anos. Em 1988 nos mudamos para uma cidade chamada Rio Bonito no RJ e nunca mais vi o Markus, fomos perdendo o contato e eu fui crescendo, mesmo assim meus pais sempre tinham alguma boa história para contar que incluía ele, algo engraçado, sempre!

Markus timoneando o HC16, frioooo

Passados muitos anos, talvez uns 20, o Markus foi na casa dos meus pais e começamos a conversar. Nessa época eu estava fazendo minhas aulas de vela e o papo foi natural, quando então ele me disse que também estava fazendo aula com o Peter e que tinha pago mas não tinha completado! Marcamos de nos encontrar no SPYC para completar essas aulas dele e assim o fizemos. Desde então, estávamos invariavelmente uma vez por semana fazendo algo por lá.

Ricardo no HC16

Eu e o Markus velejamos de Dingue quando ainda estava em aulas com o Peter. Depois velejamos de MOD23 num dia que nos deu a louca de alugar o barco para ver como era. Resolvemos encarar o HC16 juntos. Em seguida, comprei o Snipe e o Markus participou de tudo, fez até uns vídeos ótimos de uma capotada que ele deu numa regata. Eu sempre considerava o barco como "nosso" pois nos divertíamos juntos.
Eu no HC16

Quando comprei o Yerê, o Markus foi um dos primeiros a velejar no barco comigo. Tivemos ótimos momentos nele. Quando resolvi parar o barco para a reforma, ele foi o meu "gerente da reforma" pois estava sempre ali, cuidando dos detalhes, correndo para lá e para cá atrás de peças. Fizemos projetos juntos e trabalhamos com afinco durante meses para deixar o barco como queríamos.

Assim que o Yerê virou "Grande Baiú", fiz questão de ir para a água pela primeira vez com ele. Não deu certo, tivemos um problema na quilha, o que precisou de alguns dias para ser resolvido, mas tudo bem, assim que resolvemos subimos no barco e fomos juntos para a água. Essa foi a última vez que saíamos a vela e foi muito bom, talvez a melhor de todas as velejadas que fizemos. Estávamos felizes pois o trabalho todo que tínhamos executado estava funcionando!
Quilha com defeito, voltando

Pouco antes do Markus nos deixar, fui com ele no clube instalar o motor elétrico. Nesse dia, não tinha nada de vento e ficamos boiando na água e batendo papo a tarde toda. Essa foi a última lembrança que guardei na minha cabeça pois no final de semana seguinte ele se foi.

Numa boa, velejando....
Num domingo o Markus me ligou no começo da tarde, perguntou se eu ia para o clube e eu disse que não, não dava pois estava com visitas em casa. Ele me confirmou que havia marcado de falar com outras pessoas e iria passar por lá, não deu tempo, me senti muito triste pois o fato de estar indo para o clube me fez sentir um pouco responsável... coisas da cabeça, eu sei, mas....

Testando o motor elétrico, última navegada!

Bom, gostaria muito de dedicar as minhas navegadas todas de 2016 ao Markus. Ele foi fundamental para eu conseguir ir um pouco mais longe em tudo sem me estressar ou me preocupar pois ele sempre estava de bom humor e sorrindo. Sempre fazendo brincadeiras com as crianças (afinal ele era o Vodrinho dos pequenos) e resolvendo coisas comigo. Em todas as minhas velejadas, quando olhar para os detalhes que trabalhamos juntos no barco, o meu amigo vai estar lá...

Obrigado pela amizade Markus, sempre será lembrado por todos aqui de casa e sempre vamos nos perguntar, por que tão cedo... Essa foto abaixo representa tudo que você foi!


Feliz, sonhador, amigo!

Um forte abraço!

Mudar de clube ou marina, vale a pena?

Nesses últimos meses não conseguimos atualizar o blog, foram tempos de muito trabalho e pouca diversão aquática e acontecimentos tristes.... mas nesse meio tempo resolvemos que chegava o momento de experimentar um outro clube e a "brincadeira" começou...

Barco no CCC após quebra da carreta

Sei que é uma surpresa para muitos afinal fomos SPYC por uns bons anos mas acreditávamos que deveríamos mudar e dessa forma, fomos em frente com os planos!

O SPYC nos acolheu nesse início da vela. Foi ali que aprendi a velejar e que toda a família curtiu bons momentos. No SPYC passamos a entender um pouco de regatas, de barcos e do que precisamos num clube, dessa forma, o SPYC está no nosso coração e no início da nossa história com barcos.

Nos últimos meses, acreditávamos que tínhamos uma necessidade que passava pelas crianças: ter um lugar com mais atividades, com mais coisas para elas. No fundo, pensávamos em algo que fosse o modelo do CAI (Clube Atlético Indiano) que frequentei na minha infância ou no Clube Itaú Guarapiranga que a Mari foi nos anos 90. Um clube com náutica para deixar o barco (coisa que esses dois clubes não tem) e todas as facilidades de um... clube!

Quando fui fazer o primeiro passeio no Yerê do sr. Kurt, o barco estava parado no Clube de Campo Castelo - CCC e ele me apresentou tudo, afinal ele se associou lá em 1967, conhecia cada cantinho! Eu fiquei muito bem impressionado mas ainda precisava entender que tipo de clube eu queria, fui algumas vezes ao Castelo para resolver questões do barco e fui percebendo que gostava daquele tipo de ambiente com mais atividades...

Barco na Náutica do CCC

Na última regata que participei com o "My Dream"do Barão (SPYC), a 6a. Etapa Guarapiranga, a festa de premiação foi por ali. Muita gente batendo papo e um acolhimento ótimo! Eu me senti em casa com tantos barcos do tamanho do meu e muitos velejadores conversando num ambiente descontraído e divertido. No dia seguinte resolvi levar o restante da patota para conhecer e a decisão veio fácil, nos associamos! A partir do dia 25/10 iniciamos a nossa (curta) jornada no Castelo.

Cheguei no CCC no dia 26/10 no começo da tarde com um vento muito forte e saí no dia 20/12 com vento muito fraco voltando ao SPYC, onde me senti novamente em casa! Foram 2 meses longe do meu lar e o retorno me deixou muito feliz! Nesse tempo senti falta dos amigos que deixei e de algumas outras coisinhas...

As crianças foram pouco no novo clube, tivemos problemas de trânsito horríveis na Av. Interlagos, que não anda pois ainda está com o projeto de 1960. O Barco foi pouquíssimo usado pois não dava para fazer aquele esquema de ir de bike ou a pé no horário que todo mundo está na escola e a Mari trabalhando e finalmente eu estava me sentindo de alguma forma... estranho...

Foi então que começaram os outro problemas. Sei que todos eram contornáveis mas eu não tive paciência... ou não aceitei bem as coisas que aconteceram...

Logo no início, a rodinha da frente da carreta foi arrancada em uma manobra de subir o barco pela rampa. Foram dias de barco na água para dar tempo de arrumar a carreta. Não creditei a quebra aos marinheiros ou ao clube, a carreta não estava em "excelente" estado mas, talvez, tenha faltado um pouquinho cuidado a mais... tudo bem, coisas que acontecem, levei numa boa...

Em seguida tive problemas com o cavalete, calços, tempo para retirada do barco da vaga (cheguei a esperar mais de 1h), falta de escada para descermos do barco, uma infinidade de pequenas coisas. Algumas do clube e outras do local como por exemplo o excesso de mosquitos, fui me sentindo cada vez mais chateado e preocupado. Já não confiava mais que o meu barco estava de acordo com o que eu queria, ou estava acostumado, como no SPYC.

Que dia para chegar no SPYC, temporal!

Resolvi então que era hora de reavaliar tudo. Eu já não estava mais indo ao clube para me divertir, estava indo para garantir que as coisas estariam da forma que eu queria. Comecei a ficar cada vez mais irritado, chateado, preocupado... ou seja, nada de relaxar e curtir.... e o meu propósito era me sentir bem.

No dia 18 tomei a minha decisão: voltar ao SPYC. Dia 20 tive uma brecha na escala de trabalho e não tive dúvidas, parti com o meu barco para o meu "velho" clube. Ao chegar, realmente veio um sentimento de que ali era minha casa, o meu local.

Carreta foi por terra

O SPYC não tem a estrutura do Castelo, é verdade. Mas o SPYC é um clube "de vela" e para mim isso realmente é a coisa mais importante, poder confiar o meu barco sem precisar me preocupar se está com calços ou em cima do cavalete é parte da minha diversão. O SPYC não faz com que eu tenha que enfrentar a Av. Interlagos e eu aproveito para ir de bike, coisa que eu adoro.

Obrigado a todos que me acolheram no Castelo, a todos que participaram desses parcos 2 meses. É justo tentar e descobrir o que realmente é importante. Sentirei saudades da estrutura? Sim. Sentirei falta das pessoas interessantes que encontrei por lá? Sim! Mas o lugar que me sinto em casa é o SPYC, com suas qualidades e seus defeitos é ali que eu vou ficar....


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Manutenção de barco!

Você acha ruim a reforma em casa? Arrumar o carro? Trocar a máquina de lavar roupa? Então você não experimentou fazer uma parada no seu barco, todo o resto fica fácil! rsrsrs Eu resolvi parar o meu barco e garanto, não é tarefa fácil. Não quero dizer que é chato ou impossível de se divertir, mas eu garanto que se você é igual a mim que gosta de VELEJAR, não vai gostar de ver o seu barco parado e todo desmontado... mas eu fui em frente e fiz toda essa empreitada!

 Desmontando o Yerê com o Jurandir e o filho dele

Primeira lição: NÃO CONFIE NOS PRAZOS! Há uma falta de profissionalismo nessa área que é complicado. O material é bom, o trabalho é bom, mas o prazo... ahhh o prazo... só para ter uma idéia simples: eu pensei que acabaria o barco em 2 meses, foram 5 no total, última velejada em 04/05/2015 e retorno para a água em 14/10/2015. Tirando a elétrica feita pelo Markus Grünig que foi rápida e terminada antes do prazo, o restante foi um sofrimento, mas não se ganham todas!

O que fizemos no barco:

1) Pintura (4 meses de trabalho): PU na cor branca no deck e gel no costado, gel cor areia nos paióis e partes internas (não mexi no teto que precisava somente de uma limpeza), verniz em todas as madeiras - tudo feito pelo Jurandir

Pintura

2) Elétrica: instalamos uma bateria Freedom estacionária de 60A, cabos elétricos revestidos e flexíveis, disjuntores, switches, fusíveis, luzes de navegação e tope do mastro, antena de rádio também no tope, luzes iluminando o cockpit e deck, farol de proa, entradas para carregar a bateria, saída 12V para ligar USB's, ventilador - isso feito pelo Markus Grünig (no prazo!!!!)

Painel parte interna


Painel elétrico


3) Ferragens: instalei com o Lorival da InoxNáutica um pulpito de proa, 2 banquinhos de popa, postes com 45cm, plataforma de popa com escadinha, suporte de âncora e "engolidor de cabo" que permite o cabo da âncora ficar em um pequeno paiol na proa do barco (esse feito pelo Jurandir).

4) Adesivos: esses eu pedi aos meus amigos Neto e Luana do HC16 Neon para me ajudarem, são adesivos com o nome do barco (Grande Baiú - Capt Kurt - Yerê), número de inscrição e capitania. Devem chegar logo, obrigado aos dois amigos!

5) Estofamento: fizemos tudo novo, colchões, encostos, almofadas... ficou muito bonito, tudo combinando e com um ótimo tecido hidro-repelente....
Estofamento interior

6) Cabos: lavei todos e troquei tudo que não estava bom, ficou parecendo novo. Também coloquei um amantilho que já vi ser muito útil!

Parece pouco né? Não, nem pouco não parece, é muito mesmo! Foram meses de trabalho intenso e cansativo, mas o resultado ficou bom!

Nesse meio tempo tivemos alguns contratempos como a armação da quilha que eu instalei errado e na hora de tirar o barco da carretinha, quase tivemos um treco! Algumas ferragens estavam quebradas e tivemos que trocar, a bússola foi colocada sem vedação e alagou o barco... ou seja, muita coisa para fazer mesmo depois de tudo pronto!

Vou deixar um agradecimento ao Markus que desde o início acompanhou a empreitada. Também gostaria de dizer obrigado ao sr. Alcir que nos emprestou mmmuiiiitttttaassss ferramentas e nos guiou em muitas instalações!

Espero agora navegar, navegar, navegar, passar uns 30 anos navegando sem ter que reformar nada! rsrsrsrs


Fim da dia ainda trabalhando

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Regata Schmitt Cup no SPYC

Que saudades de correr uma regata!!!!

Desde que o Grande Baiú foi para a reforma (vou contar daqui a pouco) estou sem correr uma regatinha do SPYC. Que vontade de velejar e competir....

Eu estava indo para o clube no Domingo 28/06/2015 quando recebi uma ligação do Markus me avisando que estava saindo para uma regata de proeiro. Lembrei então da Schmitt Cup e saí pedalando forte para chegar logo e ver se conseguia sair com alguém de lá.

Assim que entrei no clube, fui direto para o pontão e de longe vi o "Barão" saindo com o My Dream que é um Marreco (16 pés - cabinado). Gritei de longe e ele disse: venha! Larguei a bike e saí correndo, pulei no barco e começamos a nossa velejada, e que velejada! Vento gostoso de Noroeste com rajadas e na casa de uns 10kt. O Barão é muito simpático e então a conversa foi ótima.


Foto do My Dream (internet)

A regata, com previsão de começo as 11:00h teve largada em ponto e saímos muito bem, foi a melhor largada que já participei, estávamos no bordo certo e na posição correta. O nosso objetivo era ficar na frente do "Alegria" que é um Delta 17, o único outro mini-oceano na raia.

Decidimos usar a parte oeste da represa, lá o vento predominou mas mesmo assim ficamos sempre atrás do Alegria. A regata era de 3 pernas e já estávamos na terceira e ainda atrás. O Barão decidiu então voltar para a parte oeste e rumar no sentido nordeste com um bordo só até as boias de chegada, completando a quarta perna. Chegamos em 1:02h e o Alegria 3min atrás, foi festa total no My Dream, conseguimos vencer essa! Nossa colocação geral foi 19, está bom, conseguimos chegar onde queríamos!

Eu e o Barão

Eu voltei para a casa com uma sensação de que o dia não poderia ter sido melhor!

Ahhh e o Markus (proeiro) e o Peter ficaram em quinto lugar com o Snipe! Bommm.