segunda-feira, 26 de agosto de 2013

De Manicaca para Manza..

Quando o Ti coloca uma coisa na cabeça sai de baixo!! Ele convence até esquimó a comprar gelo kkkkk Com a vela não foi diferente, logo que começou o papo de: fulano tem um barco, de que ciclano quer vender um outro, que a manutenção não é cara e... vamos (oi?) conhecer o clube? Eu já sabia que estava tudo decidido e ajeitado. Colocaríamos, a família toda, o barco na água!!

E foi assim que ele (e nós) começou...

"Logo comecei a primeira aula, a parte que mais me surpreendeu no início foi o preço. Acostumado a pagar os olhos da cara junto com o nariz na aviação, descobri que a vela é muito acessível. 

O meu instrutor se apresentou,  Peter, uma pessoa muito legal e que acabou virando um amigo! Começamos a primeira aula e já tive uma teoria toda de como funciona o barco e o vento. Acho que, por ser piloto de avião acabei entendendo um pouco mais rápido os conceitos do vento, mas parou por aí, pois o resto é bem diferente! 

O Peter tem muita paciência e é super empolgado, começou a falar de regatas e de desempenho, regras e dos nós!!! Fiquei pensando que talvez estivesse arranjando para a cabeça, mas a empolgação era tanta que fui em frente! Vocês não acreditam, mas já nessa primeira aula o aluno sai no leme, comandando o barco! E assim fui aprendendo as manobras básicas! Foi igual a voar pela primeira vez, o Peter falando um monte de nomes e eu lá maravilhado sem prestar muita atenção, o que eu não sabia é que na segunda aula eu já iria sair sozinho, kkkkk

Na minha terceira aula fui dar um Jaibe desajeitado, afinal, na aviação chamamos piloto novo de Manicaca e no barco de Manza,  eu era (e ainda sou) um Manza daqueles. Cacei (puxei) a vela, o barco balançou para cá e para lá e para cá e sei lá para onde mais e eu só lembro do susto, virando, aquela água amarelada por todos os lados, os cabos passando pelas pernas e mãos.. acho que bebi a metade da Guarapiranga naquele dia, foi o batismo de fogo, quer dizer, de água. Levei um baita susto e ao sair da água o barco de lado... lá vem o Peter no bote de apoio e um megafone (que é para o aluno passar a vergonha do século mesmo) gritando: vai para lá, puxa a bolina, isso, agora vira, sobe no barco pela popa, ééééé você não tá conseguindo por causa da barrigaaaa... isso, empurra, puxa, vira...(UFA, consegui subir, todo molhado e dando risada de mim mesmo).... 

Bom, ao chegar no clube esse dia, estava a Mariana olhando para mim e rindo: - Foi você que virou lá??? quase que deixei ela voltar a pé para casa!"


Aulas na Guarapiranga

Eu ainda não comecei minhas aulas oficialmente, mas é claro que o Tiago já me colocou na água várias vezes, até me chama de proeira, pode? Acho que é para ver se eu me empolgo e me apaixono pela vela como ele e quem sabe um dia eu encaro o esporte com a seriedade que ele merece. Até lá vamos nos divertindo de vez em quando.

Bons Ventos!!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

E agora? Vamos levantar o pano e colocar o barco na água!!


Do ar para o bar? Nãooooo, para o mar... no meu caso vai ser a Guarapiranga mesmo, afinal sou paulistano da capital!!! E assim começa a história da vela por aqui!

Dia desses, quer dizer, a um tempinho eu já andava pensando cá com meus botões o que eu ia fazer para me divertir, afinal eu tinha um hobby que virou emprego (ainda que eu ache que esse emprego é meio que um hobby)... mas eram só devaneios! Eu pensei em jogar Tênis, mas não me animei. Pensei em tocar piano mas isso não mexia com nenhum grande músculo e eu sentia necessidade de algo físico. Pensei, pensei... então em um belo dia eu concluí que talvez algo aquático pudesse ser interessante, mas... o quê?
Estava com esses pensamentos mas sem nada definido, então eu saí para voar com o Cleto, um comandante lá da empresa que é nota 50.000. Fomos para Natal/RN e ficamos falando de um só assunto durante o voo da ida, da volta, do meio... E esse assunto era VELEIRO.

Voando com o Cleto no B737

Eu sempre gostei de barcos mas só havia passeado em alguns: quando eu era criança meu pai alugava uns caiaques, acho que, em Ubatuba e lembro de remar, depois fiz uns passeios de escuna, catamarã, lancha super rápida e até de navio mas NUNCA havia entrado em um veleiro! O Cleto tinha um Brasilia 32, um veleiro bem bonito e comprou outro bem grande, um Samoa 36 que ele batizou de Matuto e estava numa empolgação danada. Bom, voltei para São Paulo com a idéia de ir buscar uma escola, mas fui deixando para lá. Então fiz um voo com um outro colega, o Bruno. Ele me disse que velejou muito e tinha um barco para vender... a idéia voltou! E, como o destino é implacável, fiz um outro voo com o Cleto e fomos visitar lá em Natal o Brasilia 32. Pronto, lá estava eu com Ideias a Mil!!! (com licença Mari kk)

Antes de voltar para São Paulo já tinha pesquisado em todos os sites de escola que estavam por perto. Decidi pegar a patotinha aqui de casa e ir visitar o YCP, mas pegamos um trânsito horrível e desisiti! No outro final de semana fui até o SPYC (São Paulo Yacht Clube) e conheci a escola Dick Sail, foi ali que percebi que eu realmente precisava por o pé na água e a vela no vento. O clube é pequenininho e nasceu em 1937, fica perto da barragem da Guarapiranga. Aqui vale explicar que sempre pensei na Guarapiranga como um lugar meio poluído e até perigoso, mas descobri que estava totalmente errado. A represa é bem limpa e toda organizada, tem vários clubes e até uma praia. Aos finais de semana a água fica cheia de barcos de todos os tipos, pranchas e até o pessoal do Kite Surf.

No Dingue

Fiz as aulas do básico e do intermediário no Dingue que é um barco bem maneirinho, depois passei para o Hobbie Cat 14 e finalmente o HC16, gostei de todos. O HC que é um catamarã e é bem rápido, o que é uma delícia! Eu não me importo muito se está frio, quente, ventando muito, pouco ou se esta chovendo... o negócio é experimentar tudo! Comecei também a ler muito sobre o assunto, comprei uma biblioteca básica que mais tarde conto por aqui! 

A vela é um esporte bem social e familiar, acabamos ficando sócio do SPYC e começamos a freqüentar o clube, seja para velejar, bater papo ou ver as crianças brincando no tanque de areia. É muito legal estar lá com aquele monte de veleiros passeando para lá e para cá, virando, desvirando e se aventurando. Eu acho que as pessoas que encontrei até aqui nesse começo do mundo da vela me fizeram sentir que lá atrás a escolha foi correta, nada de piano ou Tênis, vamos é colocar o barco na água!

Clube de Vela é um Tanque de Areia!!


Bons Ventos!!