domingo, 21 de setembro de 2014

Viagem ao Uruguai, 3 gerações, 4.300Km de carro e muita diversão! Parte 1: São Paulo até São Lourenço do Sul

Viajando com uma criança de 3 anos por mais de 4.300Km, loucura? Sim!!! Mas temos que fazer umas loucurinhas na vida né!

Tudo começou com o Giovanni pedindo para conhecer onde o vovô nasceu, como sempre o Nanni com esses desejos que me fazem pensar como é bom dar voz às crianças!

O vovô Giorgio topou na hora, claro, ir para o Uruguai não iria ser algo que ele deixaria de querer em momento algum! Eu, fiquei pensativo como um bom pai: levar o Giovanni a percorrer tantos quilômetros poderia não ser algo tããoooo fácil assim... Então veio a dna Mariana a me convencer que era possível e eu, como não poderia deixar de ser, acreditei (ainda bem!)

Toda viagem requer uma boa programação, são tantos detalhes que não pode-se perder tempo. Logo que fiquei sabendo das minhas férias, no meio de Fevereiro, comecei a pensar em como seria a tal viagem. Lá vão os preparativos, a começar pelo roteiro:

São Paulo - Peruíbe (135Km ou 1:35h)
Peruíbe - Florianópolis (608Km ou 8:10h)
Floripa - São Lourenço do Sul (650Km ou 8:35h)
São Lourenço - Chuí (327Km ou 4:40h)
Chuí - Punta del Este, Uruguai (229Km ou 3:15h)
Punta - Balneário Santa Ana (289Km ou 3:50h)

Só para chegar até ali, 2.238Km, 30h de viagem... xiiii , tudo isso com a seguinte tripulação:

O papai aqui, o vovô e o netinho de 3 anos! kkkkkk

Bom, a Mari disse que dava e ela é mãe, então, mãe é mãe: fomos.

Para viajar com uma criança tão pequena vamos precisar de:

1. autorização da justiça (documento que conseguimos via cartório) autorizando a criança a viajar sem a presença dos dois pais

2. um plano B (no nosso caso, pegar um avião e ir rapidinho)

3. muita diversão: brinquedos, filmes, conversas e disposição

4. várias paradas ao longo do caminho

5. comidinhas fáceis e rápidas para um lanchinho a bordo

6. um telefone e internet para falar com a mamãe e ver a irmã de longe

7. hotéis com boas acomodações para 3 meninos

Basicamente, mas bbbeeeemmm basicamente, é isso!

A viagem começou! Ainda em casa escolhemos as roupas e os brinquedos preferidos do Nanni. Conversamos muito com ele para que também pudesse participar de todo o processo de decisão, afinal todos estávamos embarcando nessa!

Enchemos o carro e fomos para Peruíbe! Ao entrarmos na Imigrantes nova, muita chuva, eu estava devagar e derrepente a Mari grita: OLHA O CARRO! Sem tempo para nada! BUMMMMMM

Batemos.... pronto, começamos a viagem com um pequenino problema! kkkkkk tudo bem, nada demais, um amassado no capô, uma grade quebrada e as crianças em suas cadeirinhas super seguras.... dormindo! SIM, eles nem acordaram!

Chegamos em Peuíbe a noitinha, os faróis do carro apontando para tudo quanto era lado menos para a estrada (na batida eles ficaram "zarolhos"), no mínimo engraçado!

No outro dia cedo, aprontamos o carro do meu pai, esqueci a idéia de ir com o nosso e, ainda bem, pois era tanta, mas tanta tralha que não caberia no porta-malas, não! Carro aprontado, tchau para todos, começa efetivamente nossa SUPER AVENTURA!!!


Nanni no carro do vovô

No nosso primeiro trecho, já percebi o acerto de ter levado filmes. Eram vários títulos mas como toda boa criança, o Nanni queria assistir só "Turbo" e várias vezes, eu amei pois o filme é bem legal! Pegamos muita chuva e a viagem que era de 8h se transformou em 10h... tudo bem, comecei a entender que o Nanni quando põe algo na cabeça é aquilo e pronto! Ele aguentou cada Km, cada minutinho sem reclamar nada! Curtindo a viagem "dos meninos".

Chegamos em Florianópolis mortos, mas quem disse que esse gurizinho queria ficar parado, tive que fazer uma bela exploração no hotel!




Nanni-Aranha explorando o hotel, Florianópois




Feliz até na hora de dormir, Florianópolis




Acordamos cedo e tomamos um belo café da manhã para aguentar o segundo trecho que nos levaria até São Lourenço do Sul. A viagem começou bem, mas logo na saída de Floripa obras na BR101, muitas obras que nos acompanhariam até o Chuí. Novamente a viagem que era de 8:35h tornou-se  10h. Eu dividia a pilotagem com o meu pai, o Nanni curtindo os filmes e batendo o maior papo conosco! Sim, porque haja papo! rs




Chegamos em São Lourenço do Sul, na beira da Lagoa dos Patos a noitinha e o Giovanni foi logo se divertir num parquinho na frente da pousadinha que escolhemos.

Nanni no parquinho de São Lourenço do Sul

O Nanni estava se divertindo tantos alí em São Lourenço do Sul e a beira da Lagoa dos Patos é tão gostosa que resolvemos curtir um dia inteirinho saindo somente no dia seguinte cedo. Foi bem legal, o Nanni fez logo uma amizade e curtimos juntos o sotaque da amiga dizendo: "Ei gurizinho, vamos brincar"!

Gurizinho e gurizinha brincando na areia, Lagoa dos Patos

A Lagoa dos Patos é MUITO gelada! Acho que ali se separam os homens dos meninos, rsrsrsrs nesse caso, o menino foi no colo do vovô assim que percebeu que poderia congelar totalmente! rsrsrsrs


Nanni e vovô na Lagoa dos Patos

Aguardem, daqui a pouco posto o nosso próximo trecho!!!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Sim, compramos um barco novo! Um Delta 17 (ou Tchê) chamado YERE

Bem, pensamos pensamos e pensamos... olhamos as contas daqui e dali... fomos nos deixando levar pela emoção e pronto: compramos o barco! Aquele mesmo do  meu post: Escolhendo um barco... Xiiii

Bom, foi mais ou menos assim: estava eu em pleno Fevereiro desse ano - 2014 - sem fazer nada e vi então um barco a venda...


Anúncio do Yere no mural do SPYC

Fui atrás para ver, foi uma paquera longa e desde o primeiro passeio com o sr. Kurt Ostermeyer eu já fiquei com vontade de ter esse barquinho, tanto pela história dele como pelas histórias do sr. Kurt e sua esposa Elke. Fizemos uma velejada de fim de tarde que foi maravilhosa: Velejada com o sr. Kurt no Yerê.

Mas e a $$$$??? Como fazer? - sim, eu sei que não é caro, mas também não é barato... bom, esqueci o assunto (mentira) e continuei a vida (atchimmm). No meio de Fevereiro, fui dar uma volta com o meu pai no Uruguai, o Nanni foi junto - isso merece um post a parte - e conversamos muito sobre o barco. Nenhuma conclusão, mas nada como conversar com pai quando se está numa dúvida dessas né!

Voltei a São Paulo e, como o sr. Kurt e a Elke moram perto de onde a Mariana trabalha e muitas vezes vou a pé esperar ela sair, passava lá para bater um bom e longo papo com os dois. Isso se repetiu durante alguns meses! Me sentia atraído pela idéia do barco e pela idéia de ter esses dois novos amigos! A idade, uma boa diferença, talvez algo como 44 anos (rsrsrs, isso mesmo, uma super diferença saudável) mas parecia que falava com um adolescente sobre o seu primeiro carro, seu Kurt tratava do barco com tanto entusiasmo que me contagiava ainda mais. Conversamos muito sobre velejar, sobre livros e a nossa querida e agora quase seca represa de Guarapiranga.

Ao fim de Abril, sr. Kurt me ligou e disse que havia um comprador lá do Sul para o lindo Yere. Que tristeza para todos, para mim que estava buscando o recurso para ter o barco e para ele que já havia me dito que queria passar esse barco para alguém que tivesse crianças, como eu.

Yere num fim de tarde no SPYC

Foi então que ele me disse: "Tiago, me faça sua proposta" e eu respondi: "É tão ruim sr. Kurt que não quero nem fazer" mas a proposta foi feita e, incrivelmente em 5 minutos o barco estava vendido! Em 2 dias saindo do Clube Castelo e indo para o seu novo berço, o SPYC.




A minha felicidade era tanta que eu nem sabia o que fazer, fiquei perdido!!  Eu estava no Rio de Janeiro nesse dia e quase não dormi! Sim, eu tinha agora a responsabilidade de pôr o YERE na água o máximo possível e fazer o legado do sr. Kurt valer à minha péssima proposta que eles aceitaram com tanto carinho!

Passamos a velejar em família, agora no tão desejado barco-mini-casa que queríamos. Nossos sonhos de um barco maior colocamos no bolso para tirar em algum momento futuro. Como disse um amigo piloto/velejador: esse barco vai trazer muitas felicidades para você e à sua família! Acertou, está trazendo mesmo!

Não são poucos os finais de semana que ficamos uma tarde toda embarcados curtindo as belezas da Guarapiranga! Ahhhh que felicidade!

Família no barco

Velejar é muito bom, ter um barco é ótimo mas ter a família velejando no nosso barco é algo sem preço! Não fizemos muitas modificações no Yere. Continuamos a trabalhar para mantê-lo arrumado e limpo e velejamos sempre que temos uma regata no clube ou a minha escala de trabalho permite, garanto que ele não passa muito tempo fora da água não.

Ahhh sim, agora participamos de muitas regatas no nosso barco, já chegamos em último, já chegamos  no meio. Já passamos bóias pelo lado errado (kkkkk, uma trapalhada total, é como se você andasse na contra mão em plena pista de corrida)! O Nanni está louco para ganhar uma regata, mas até agora só ganhamos xícaras e medalhas, eu acho ótimo, mas ele quer mais, quem sabe né!?

Agora o Yerê vai chamar-se "Grande Baiu" e ao lado do nome em letras estilizadas um pouco menores, vou colocar: Capitão Kurt Ostermeyer (Yere). Uma homenagem a esse amigo e velejador Campeão Paulista de Olímpico durante anos!

O sr. Kurt nos deixou no começo desse mês de Setembro, está agora velejando nas nuvens com ventos refrescantes. Já estamos sentindo saudades por esses poucos meses de amizade. Fica a nossa promessa de manter viva a alma do Yere e do sr. Kurt (Mariana, Tiago, Giovanni e Manuela).