segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Biclicleta em Família

Todo mundo tem uma história com bicicleta! Seja um belo passeio, a primeira vez que pedalou na magrela sem rodinhas ou por um tombo inesquecível. Tem ainda as pessoas que não aprenderam a andar ou aquelas que nem sabem quando aprenderam... Aqui em casa, temos 4 histórias diferentes, a minha, a da Mari e a dos dois pequenos!

Minha história começa com uma bicicleta infantil com rodinhas, vermelha. Lembro de andar nela na minha rua, que é uma descida (opa!), foi lá que levei o primeiro grande tombo patrocinado pelo meu pai, guardo as marcas aqui nos cotovelos até hoje! rs Mas, é como eu digo, caiu? Levante e saia andando! Depois dessa bike eu tive uma BMX que era a bicicleta do momento, dava até para fazer umas manobras! Coincidiu com o asfaltamento da rua de baixo da minha que é plana, mas aí o negócio era apostar corrida com os meninos na descida mesmo! Bons tempos de brincar na rua! Um dia, com o freio meio arrebentado de tanto descer apostando corrida eu não consegui parar e acabei entrando num matagal que no final tinha um riacho poluído, quase fui para o riacho! Hoje meus filhos andam lá onde era o matagal, que virou uma bela pracinha e com o córrego passando embaixo em uma tubulação!


Nanni na pracinha bem onde tinha o córrego!

Meus pais não estavam satisfeitos com apenas aquele matagal lá debaixo da rua, então decidiram ir para outra cidade, em outro estado, fomos morar em Rio Bonito (RJ) perto de uma serra com muita mata! Antes de ir para lá, decidimos comprar bikes novas para todos, eu fiquei com uma "Barra Forte" (oi!) igualzinha a do meu pai, minha mãe uma Ceci e a minha irmã uma Cecizinha, com cestinha e tudo... A Ana deve lembrar pois levou o maior tombo da vida dela nessa bike. Andamos muito em Rio Bonito, brincávamos de ônibus com o pessoal na rua, colocávamos 5 crianças em cima da Barra-Forte e lá íamos dar a volta no quarteirão. Fazia tudo sozinho, a manutenção do ônibus e até o desmonte completo! Ahhh e tinha aquele negócio de colocar um prendedor com um copinho de plástico passando nos raios fazendo barulho de.. MOTO! (tipo moto velha, kkkk)... as buzinas então, tinha comum, eletrônica com 3 sons e o grito mesmo...

Comecei a ir para a escola, ainda em Rio Bonito, de bicicleta todos os dias e olha que lá a temperatura normal é acima de 30ºC. Era muito divertido e dava uma sensação de liberdade total. A minha Barra-Forte durou muito, mas um dia, depois de tanto uso, o quadro quebrou e chegou a hora de comprar outra bike. Meu sonho na época era uma "Montain Bike" da Monark a MTB18. Era uma fantasia, pois era cara, um super lançamento. Pedi para o meu pai de aniversário sem muita esperança e não é que um dia fomos até o Carrefour que ficava em Niterói e saí com aquela bike novinha!? Olha, vou te contar, foi um sonho realizado mesmo, 18 marchas, freio cantilever, nossa, performance pura! rsrsrs Essa bike durou muito!

Ao voltar para São Paulo, passei ainda uma temporada em Peruíbe, onde a minha, já velha, Monark Montain Bike sucumbiu ao tempo. 

Em São Paulo não usei a bike por muitos anos, só aquelas que ficam paradas na academia. A cidade é grande, cheia de morros, muitos carros, é difícil mesmo; mas resolvemos mudar isso nos últimos tempos e isso coincide com a história dos pequenos.

Primeiro fizemos uma experiência. Compramos por incentivo da vovó Jô uma cadeirinha para o Nanni, ele ADOROU. É claro que com a cadeirinha, compramos junto o capacete que foi muito legal pois ele incorporou na hora. A vovó Jô inclusive comprou uma bike para ele que está sempre sendo muito bem utilizada! A cadeirinha é simples e vai na frente, entre o guidão e o selim e fizemos vários passeios nas férias. Foi SUPER divertido e por diversas vezes ele dormiu nas nossas voltas. Lá na praia conseguimos trocar os carros pelas bikes. Vamos à farmácia, ao mercado, na praia e até ao cinema de bike, a família toda!


Nanni na bike dele com o capacete!
Dormindo após um passeio
A história do Nanni começou assim, numa cadeirinha azul e com um capacete que ele adorou. Não preciso nem perguntar para ele se quer ir dar uma volta com o papai, é só pegar a bike que ele vem correndo perguntar onde vamos! Esses tempos, resolvi ir buscá-lo na escola aqui em SP. São apenas 4Km que podem demorar até 1h de carro, principalmente na volta as 17h.

Durante a ida tudo bem, observei por onde passava para escolher o melhor caminho da volta, afinal são morros e o espaço para dividir com os carros é pequeno. A experiência foi boa, mas devo confessar que por muitas vezes me senti inseguro, com medo de alguém bater na gente já que o espaço na cidade foi construído para o automóvel. Ainda estou avaliando essa experiência...



Eu e a Manu nos preparando para o passeio!

A Manu foi tão especial quanto o Nanni! Quando a Mari deixou ela (com mais ou menos 1 ano) subir na bike comigo, eu coloquei o capacete e saí para a primeira volta dela, foi surpreendente, ela olhava tudo e ria, ria sem parar... só que aquele balanço gostoso fez com que ela caísse rapidamente nos braços de Morpheu. Aliás, ela sempre cai neles... A Manu viciou, as vezes ela não quer nem descer da bike, dá trabalho para ser convencida!

Manu na cadeirinha e equipadinha!

A Mari aprendeu a andar em uma Cecizinha com 5 anos. Essa bicicleta durou mais uns 5 anos e ela nem se lembra quando acabou. Toda sua vivência com bicicleta fica por aí, só mais tarde quando começamos a namorar ela se reencontrou com a magrela. Andava, naquela velha (bem velha) Ceci que tinha sido da minha mãe, comprada ainda quando fomos para Rio Bonito, a Ceci sucumbiu, ninguém agüenta tantos anos, ela também não.

Agora, com as crianças e andando mais de bicicleta resolvi presenteá-lá com uma bike um pouco melhor, comprei uma igual a minha: Caloi Snake versão feminina, e para andar a família unida, compramos uma super cadeirinha para o Nanni, que já estava um pouco pesado para a que ele utilizava.  Passamos a ter duas cadeirinhas e 2 bikes, pronto, bagunça armada, começamos a passear por todo lugar.

Mari no dia que compramos a bike dela!! (Manu na cestinha)


A bike na capacidade máxima!!

Bom, como as nossas bikes ficaram especiais, resolvi montar no carro um rack de teto e agora levamos por todo lugar as nossas magrelas equipadas. Esse negócio de rack no teto tem que ser beeeemmmm medido, acabo de gastar um $$$$ no meu carro pois esqueci que elas estavam lá bem altas e resolvi entrar no mercado que tem o teto baixinho, resultado final, elas foram para o chão... mas não antes de destruírem o teto e a tampa do porta-malas... já estamos providenciando o reparo das magrelas, do carro e do rack!

Uma coisa posso dizer: Sim, é difícil andar em SP mas não é impossível e com um pouco de planejamento e MUITA prudência dá para fazer. Já usei algumas vezes por aqui e pretendo usar mais. O planejamento leva em conta a segurança, as subidas e descidas e o tempo (chuva, sol, etc).


Eu faço assim:

1. Equipamentos de segurança em dia, isso inclui: luzes de advertência vermelha atrás e branca na frente. Capacete e roupas claras, além do tênis (não dá para andar de chinelos). Não esqueça a buzina, único item obrigatório pelo Código Brasileiro de Trânsito
2. Bike tem que estar em dia: marchas, freios e pneus em perfeito estado
3. Distribuição de carga: não uso mochila é perigoso!
4. Planejamento das vias: pouco trânsito, nada de avenidas por enquanto
5. Verifico o clima, muito sol ou chuva podem tornar o passeio um tormento
6. Sempre aviso onde vou e quando vou voltar a alguém

Pronto, vamos tirar a poeira da bike, aproveitar as ruas calmas, as ciclovias, ciclofaixas e parques??? Passear, ir na padaria ou ainda trabalhar com a bike podem se tornar uma diversão e um exercício!

Aos papais: Não esqueçam de ensinar e praticar com os pequenos pois a bike sempre é diversão garantida!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

De Manicaca para Manza..

Quando o Ti coloca uma coisa na cabeça sai de baixo!! Ele convence até esquimó a comprar gelo kkkkk Com a vela não foi diferente, logo que começou o papo de: fulano tem um barco, de que ciclano quer vender um outro, que a manutenção não é cara e... vamos (oi?) conhecer o clube? Eu já sabia que estava tudo decidido e ajeitado. Colocaríamos, a família toda, o barco na água!!

E foi assim que ele (e nós) começou...

"Logo comecei a primeira aula, a parte que mais me surpreendeu no início foi o preço. Acostumado a pagar os olhos da cara junto com o nariz na aviação, descobri que a vela é muito acessível. 

O meu instrutor se apresentou,  Peter, uma pessoa muito legal e que acabou virando um amigo! Começamos a primeira aula e já tive uma teoria toda de como funciona o barco e o vento. Acho que, por ser piloto de avião acabei entendendo um pouco mais rápido os conceitos do vento, mas parou por aí, pois o resto é bem diferente! 

O Peter tem muita paciência e é super empolgado, começou a falar de regatas e de desempenho, regras e dos nós!!! Fiquei pensando que talvez estivesse arranjando para a cabeça, mas a empolgação era tanta que fui em frente! Vocês não acreditam, mas já nessa primeira aula o aluno sai no leme, comandando o barco! E assim fui aprendendo as manobras básicas! Foi igual a voar pela primeira vez, o Peter falando um monte de nomes e eu lá maravilhado sem prestar muita atenção, o que eu não sabia é que na segunda aula eu já iria sair sozinho, kkkkk

Na minha terceira aula fui dar um Jaibe desajeitado, afinal, na aviação chamamos piloto novo de Manicaca e no barco de Manza,  eu era (e ainda sou) um Manza daqueles. Cacei (puxei) a vela, o barco balançou para cá e para lá e para cá e sei lá para onde mais e eu só lembro do susto, virando, aquela água amarelada por todos os lados, os cabos passando pelas pernas e mãos.. acho que bebi a metade da Guarapiranga naquele dia, foi o batismo de fogo, quer dizer, de água. Levei um baita susto e ao sair da água o barco de lado... lá vem o Peter no bote de apoio e um megafone (que é para o aluno passar a vergonha do século mesmo) gritando: vai para lá, puxa a bolina, isso, agora vira, sobe no barco pela popa, ééééé você não tá conseguindo por causa da barrigaaaa... isso, empurra, puxa, vira...(UFA, consegui subir, todo molhado e dando risada de mim mesmo).... 

Bom, ao chegar no clube esse dia, estava a Mariana olhando para mim e rindo: - Foi você que virou lá??? quase que deixei ela voltar a pé para casa!"


Aulas na Guarapiranga

Eu ainda não comecei minhas aulas oficialmente, mas é claro que o Tiago já me colocou na água várias vezes, até me chama de proeira, pode? Acho que é para ver se eu me empolgo e me apaixono pela vela como ele e quem sabe um dia eu encaro o esporte com a seriedade que ele merece. Até lá vamos nos divertindo de vez em quando.

Bons Ventos!!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

E agora? Vamos levantar o pano e colocar o barco na água!!


Do ar para o bar? Nãooooo, para o mar... no meu caso vai ser a Guarapiranga mesmo, afinal sou paulistano da capital!!! E assim começa a história da vela por aqui!

Dia desses, quer dizer, a um tempinho eu já andava pensando cá com meus botões o que eu ia fazer para me divertir, afinal eu tinha um hobby que virou emprego (ainda que eu ache que esse emprego é meio que um hobby)... mas eram só devaneios! Eu pensei em jogar Tênis, mas não me animei. Pensei em tocar piano mas isso não mexia com nenhum grande músculo e eu sentia necessidade de algo físico. Pensei, pensei... então em um belo dia eu concluí que talvez algo aquático pudesse ser interessante, mas... o quê?
Estava com esses pensamentos mas sem nada definido, então eu saí para voar com o Cleto, um comandante lá da empresa que é nota 50.000. Fomos para Natal/RN e ficamos falando de um só assunto durante o voo da ida, da volta, do meio... E esse assunto era VELEIRO.

Voando com o Cleto no B737

Eu sempre gostei de barcos mas só havia passeado em alguns: quando eu era criança meu pai alugava uns caiaques, acho que, em Ubatuba e lembro de remar, depois fiz uns passeios de escuna, catamarã, lancha super rápida e até de navio mas NUNCA havia entrado em um veleiro! O Cleto tinha um Brasilia 32, um veleiro bem bonito e comprou outro bem grande, um Samoa 36 que ele batizou de Matuto e estava numa empolgação danada. Bom, voltei para São Paulo com a idéia de ir buscar uma escola, mas fui deixando para lá. Então fiz um voo com um outro colega, o Bruno. Ele me disse que velejou muito e tinha um barco para vender... a idéia voltou! E, como o destino é implacável, fiz um outro voo com o Cleto e fomos visitar lá em Natal o Brasilia 32. Pronto, lá estava eu com Ideias a Mil!!! (com licença Mari kk)

Antes de voltar para São Paulo já tinha pesquisado em todos os sites de escola que estavam por perto. Decidi pegar a patotinha aqui de casa e ir visitar o YCP, mas pegamos um trânsito horrível e desisiti! No outro final de semana fui até o SPYC (São Paulo Yacht Clube) e conheci a escola Dick Sail, foi ali que percebi que eu realmente precisava por o pé na água e a vela no vento. O clube é pequenininho e nasceu em 1937, fica perto da barragem da Guarapiranga. Aqui vale explicar que sempre pensei na Guarapiranga como um lugar meio poluído e até perigoso, mas descobri que estava totalmente errado. A represa é bem limpa e toda organizada, tem vários clubes e até uma praia. Aos finais de semana a água fica cheia de barcos de todos os tipos, pranchas e até o pessoal do Kite Surf.

No Dingue

Fiz as aulas do básico e do intermediário no Dingue que é um barco bem maneirinho, depois passei para o Hobbie Cat 14 e finalmente o HC16, gostei de todos. O HC que é um catamarã e é bem rápido, o que é uma delícia! Eu não me importo muito se está frio, quente, ventando muito, pouco ou se esta chovendo... o negócio é experimentar tudo! Comecei também a ler muito sobre o assunto, comprei uma biblioteca básica que mais tarde conto por aqui! 

A vela é um esporte bem social e familiar, acabamos ficando sócio do SPYC e começamos a freqüentar o clube, seja para velejar, bater papo ou ver as crianças brincando no tanque de areia. É muito legal estar lá com aquele monte de veleiros passeando para lá e para cá, virando, desvirando e se aventurando. Eu acho que as pessoas que encontrei até aqui nesse começo do mundo da vela me fizeram sentir que lá atrás a escolha foi correta, nada de piano ou Tênis, vamos é colocar o barco na água!

Clube de Vela é um Tanque de Areia!!


Bons Ventos!!